Aposto que todo mundo tá cheio de memórias do carnaval! Ah, o carnaval… Leve e forte. Pela dança, pela música, pela energia e, certamente, pelas fantasias.

Nossa Identidade também é assim: precisa de fantasias para ser construída.
Precisa das fantasias mais íntimas, aquelas que não contamos a quase ninguém. E que vestimos só na imaginação.

Precisa também das fantasias que a gente já assume e consegue sair na rua com elas.


Identidade é o jeito como a gente se enxerga e se reconhece. De um lado um reconhecimento pessoal e individual.

Do outro um reconhecimento social e coletivo. Seria até mais adequado falar de Identidades. Porque, na real, ela muda muito ao longo do tempo, das experiências e dos aprendizados. Não é algo único e parado.

É como as fantasias de carnaval. Tem umas que a gente veste num ano e pronto. Fica satisfeito. Descobre que tem menos a ver com a gente do que parecia e descartamos.

Por outro lado, tem aquela fantasia que encaixa direitinho. A gente se sente maravilhosa! E passa a vestir todo ano. Vira hábito. Essa fantasia, esse jeito de se mostrar pros outros, a gente gosta, aceita, tem orgulho. A gente se identifica com ela.

Toda fantasia que a gente veste, faz o mundo criar alguma avaliação sobre nós. E cada opinião da sociedade vira um rótulo. Uma etiqueta, um adesivo, um sticker: um pedacinho de Identidade.

Assim, a gente se constrói aceitando uns rótulos, se reconhecendo neles, e rejeitando outros. Às vezes trocando de fantasia. Outras vezes deixando de se importar com a avaliação que fazem da nossa fantasia, do nosso jeito de vestir aquele rótulo.

A parte mais intrigante é que a gente cria a nossa Identidade. Em eterna metamorfose. Alguns rótulos ficam, porque a gente se reconhece neles. Outros são descartados: tem mais a ver com os olhos de quem viu, do que com nosso reconhecimento pessoal.

E no final, a opinião que mais importa é a nossa, o nosso próprio reconhecimento.

Quem a gente é só depende das nossas escolhas, da coragem de assumir as fantasias que nos representam, e da resistência de se montar como a gente quiser. E isso é libertador! ✨🏳️‍🌈