Diálogo entre Pai e Filho

” – Era meu dever ensinar aos filhos a diferença entre o certo e o errado. Não quero que veja de novo o garoto Lassinter. Se descobrir que o viu, mato os dois

Está apostando com a própria alma filho, abrindo-se para essa doença.

Quer ser uma bicha? Um viado? É perversão!

Deus dará as costas para você e o jogará no lago de fogo”

Nesses trechos do filme “Uncle Frank” é didaticamente visível a homofobia familiar, um difícil sofrimento que aflige boa parte da comunidade.

A lgbtfobia dentro da própria família, ainda é uma realidade comum país afora.

E é uma das práticas do dia a dia que mais influenciam a incorporação da lgbtfobia interna – a discriminação do lgbt contra si mesmo.

Você consegue perceber a influência que teve/tem na sua saúde emocional?

Normalmente, a homofobia internalizada é causada pela forte repressão que a pessoa LGBTQIA+ sofre durante toda a sua vida.

A pessoa que sofre por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero deve, em primeiro lugar, compreender que este sofrimento é causado pelo preconceito, e não por suas características.

Assim, desde muito cedo, a criança que apresenta alguma variação no padrão de gênero cultural (masculino/feminino), seja no comportamento, seja nas atitudes ou nos interesses, passa a receber críticas, sanções e, em muitos casos como sabemos, até abuso – emocional, físico e/ou sexual.

Violada em sua integridade física e sem compreender por que é tratada dessa forma, essa criança internaliza a mensagem de que há algo errado com ela.

Com o passar dos anos, e à medida que for tendo uma consciência mais clara da natureza afetivo-sexual da sua diferença, ao seu sentimento de MEDO vai se juntar a VERGONHA, CULPA, RAIVA, DESPREZO e ÓDIO.

Mesmo aqueles que não são visivelmente identificados como diferentes na infância e adolescência, também viverão sob o domínio do MEDO de vir a ser descoberto e sofrer consequências que essa informação pode acarretar.